UMA VISÃO NEOLIBERAL DO EMPREENDEDORISMO

O que as pessoas precisam parar de pensar que o capitalismo e o empreendedorismo são formas de exploração, devem observar que as pessoas são capazes de produzir, que a maioria das pessoas tem um grande potencial de produzir e gerar riquezas tanto para si quanto para o próximo, deixar de pensar que tudo é responsabilidade do Estado. O Estado tem sim grandes responsabilidades, como dar recursos e oportunidades iguais de trabalho, educação, saúde, moradia, saneamento básico, etc.


Mas vamos pensar um pouco, o Estado tem que dar recursos para que as pessoas possam trabalhar, produzir e gerar riquezas, e também cuidar das pessoas menos afortunadas, mas não simplesmente sendo assistencialista, tem que dar os recursos para que essa pessoa possa produzir e se igualar as outras, quando as pessoas têm as mesmas oportunidades, com certeza na hora de competir no mercado de trabalho terão as mesmas condições de lutar por seus interesses.

Se observarmos todos os bairros, principalmente de periferia, vai se encontrar vários pequenos centros comerciais, que acabou sendo criado pela população que ali mora, e não por que o Estado achou que ali deveria ser o melhor local para um centro comercial, e esses pequenos centros comerciais geram riqueza e trabalho para as pessoas que moram ali. Se observarmos bem, essas pessoas que abriram os seus negócios, não são exploradores dos trabalhadores de acordo com Karl Marx, são somente pessoas que viram a necessidade do local e foram empreendedores os suficientes para abrirem o seu comercio. Mesmo sem o apoio do Estado, e informalmente e com grandes dificuldades eles conseguem gerar renda e tributos para o Estado, mesmo que indiretamente, por que eles compram e revendem e prestam serviços de varias formas que acabam criando trabalho e renda para uma população que não foi absorvida pelas grandes empresas e o Estado.

As pessoas falam que a visão liberal não atende aos menos favorecidos, os mais pobres, e que a visão socialista ajuda no desenvolvimento humano. Mas será mesmo? O país mais liberal e mais rico do mundo é os EUA, e também é o país com o maior numero de pessoas que contribuem com as Ongs, é também o Estado que mais contribui para a ONU e suas funções sociais, que ajuda vários paises do terceiro mundo com bilhões de dólares anuais. E ainda assim é o país em que a maioria da população tem mais trabalho e renda, que tem umas das melhores qualidades de vida, aonde milhares de pessoas do mundo inteiro tentam ir para trabalhar.

Os EUA gasta em saúde mais do que o PIB do Brasil inteiro, e mesmo com as crises que afetam o mundo inteiro, inclusive a eles, são fortes o suficiente para se restabelecerem. Enquanto que o socialismo acabou no mundo inteiro, existem apenas umas ditaduras aqui e acolá, de uma forma que não se pode dizer socialista e muito menos comunista, não da definição correta da palavra. O Estado não tem o grande fator do capitalismo, o fator humano de empreender, de criar valor, a liberdade das pessoas produzirem riqueza, de adquirirem bens, de produzirem e comprarem, de serem consumistas. O que a China aprendeu com os EUA, é que as pessoas produzem riqueza, o consumismo traz divisas para o Estado, que a riqueza produz riqueza, que dar liberdade às pessoas para enriquecerem dão oportunidades também para que Estado cresça.

Hoje em dia vemos o nosso presidente criticando os capitalistas por produzirem riqueza e não dividirem os lucros. Mas será mesmo que não é dividido o lucro? Toda grande empresa paga os impostos que o Estado impõe, para que os recursos sejam utilizados para o que é realmente papel do Estado, cuidar de todos, não somente alguns, mas de todos os cidadãos tanto pobres quanto ricos. E esses recursos todos nós pagamos por ele, uma empresa no Brasil tem que pagar praticamente 38% do seu faturamento em impostos, e mais de 50% em mão-de-obra, fora os investimentos que tem que ser aplicados na empresa para ela continuar produzindo, e o restante vai ser lucro. É claro que para poucas pessoas esse lucro é exorbitante, mas pensa bem, os benefícios que a empresa da a toda a sociedade, ela gera empregos e renda tanto direta quanto indiretamente, gera impostos para a manutenção do Estado, gera capital para a sociedade, e gera consumo interno e às vezes externo que assim acaba gerando mais empregos.

No Brasil existem instituições que tentam incentivar os pequenos e médios empreendedores, mas infelizmente não é incentivado pelo Estado, tanto por uma visão conservadora e às vezes dependendo de quem esta no poder, de uma visão socialista que acredita que essas medidas incentivam a burguesia e não o trabalhador. E infelizmente essa segunda opção é muito usada nas eleições para arrecadar votos, mas na realidade, cria um grande abismo entre o trabalhador e o empreendedor que poderiam produzir. Criando pré-conceito entre os pobres, por acharem que estão sendo explorados por pequenos comerciantes e empreendedores.

São Paulo é um bom exemplo de como a área de serviços cresceu e produz empregos, mesmo com um grande numero de desempregados, ainda assim muitos desses desempregados acabam criando formas de estar no mercado, por conta, criando seus pequenos negócios e empreendimentos. A periferia paulista é um grande pólo desse tipo de observação, é ai que se observa como o processo de pequenos empreendedores afeta e modifica a sociedade, criando empregos e muitas vezes obrigando o Estado a investir nessas comunidades da periferia, criando escolas, pavimentação, transporte coletivo, postos de saúde, policiamento, saneamento básico, etc.

E muitos desses processos acontecem sem o apoio do Estado, mas com o movimento da comunidade, de pessoas que tentam criar valores aonde vive, criar um local em que possam viver, e assim a comunidade se movimenta, e uma grande forma de ela se movimentar são com esses pequenos empreendedores que criam e geram valores, tanto de capital como social.

Nas próximas eleições vamos ouvir vários candidatos a políticos criticando o neoliberalismo, que a idéia progressista neoliberal cria apenas valores para alguns e não para toda a sociedade. Temos que parar de acreditar no senso comum, e começar a observar, analisar e criticar o quanto a população ganhou ou perdeu com os idéias neoliberais. Uma grande critica que há no liberalismo foram as privatizações, muitos criticam que o Estado deveria estar cuidando dessas empresas, mas o Estado não tem vocação para cuidar de empresas, a muita corrupção, indicação de pessoas ligadas aos partidos que não são profissionais e acabam onerando o Estado com perdas significativas que toda a população terá de pagar de uma forma ou de outra. Enquanto que as empresas privatizadas têm metas regulamentadas pelo Estado, objetivos que tem que ser compridos e observadas por agencias reguladoras, enquanto que as estatais não são observadas, não possuem metas e nem objetivos de crescimento.

Como eu li no livro de Carlos Alberto Saidenberg, o pessoal costuma criticar que a Vale do Rio Doce foi vendida a preço de banana, mas não, ela foi vendida pelo preço que ela valia na época, na época ela tinha 14 mil funcionários, e atualmente tem mais de 40 mil, cresceu o patrimônio. Dizem que o Estado poderia ter feito o mesmo, mas como? Sem recursos e investimentos que o setor privado tem de sobra. Imagine que você tenha um fusca 66 caindo aos pedaços e vender por uma ninharia, e após o novo dono investir e reformar o fusca, ele parece novinho e vale muito mais do que valia quando estava com você, você acha que fez um mau negocio, que perdeu dinheiro! A Vale é a mesma coisa, era um fusca caindo aos pedaços que somente onerava o Estado e toda população.

Nós temos que observar que vivemos em um mundo capitalista, que o lucro faz parte do jogo, ninguém vai investir seu dinheiro, senão tiver segurança de obtiver lucro, inclusive nós mesmo, com o pequeno salário que temos não iríamos investir em algo que não desse lucro para nós, não investiríamos em abrir um comercio se esse comercio não tivesse intenção de obter lucro, não investiríamos em educação se não obtivéssemos o ideal de lucro no mercado de trabalho, não investiríamos nossas economias em ações e títulos se no futuro não obtivéssemos lucro. Até mesmo no casamento, nos investimos muito para que no futuro tenhamos nossa felicidade.

Infelizmente a hipocrisia faz parte de nossas vidas, aceitamos o senso comum como uma verdade universal, que a realidade pode ser alterada com discursos falsos, com inverdades bem ditas, com sorrisos largos e lindos. Mas ouvir a realidade é sempre dura. Por insegurança de saber que a vida é dura, que somos todos iguais no fundo, que não existe modo fácil e rápido de resolver os problemas da sociedade, temos que observar e criticar e tentar aceitar a realidade e ver que existem modos realistas de se chegar a um futuro mais prospero para todos, mesmo que isso seja duro no começo, que tenhamos que trabalhar muito, mas um trabalho que poderá dar frutos. Um futuro de igualdade de condições de lutar pelos nossos interesses.

Tenho uma visão neoliberal, uma visão de trabalho, pois a minha experiência nunca viu alguém que depende do Estado para tudo crescer e se realizar, como diz aquele velho ditado, “Dinheiro só vem antes do trabalho somente no dicionario”. E a riqueza de um país só virá através do trabalho de toda uma sociedade que produz riqueza. Dando liberdade para que ela possa trabalhar, empreender e enriquecer.



Ass: Cesar Augusto dos Santos

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