O RACISMO NA EDUCAÇÃO PERSISTE POR CAUSA DO CORPORATIVISMO DE NÃO PUNIR OS INFRATORES.
Me mudei da
capital de São Paulo, da zona sul, extremo da periferia, na região do Jardim Ângela
e Capão Redondo, aonde eu lecionava, e me mudei primeiramente para o interior pensando em uma vida mais tranquila, fui para a região
de Avaré e após dois anos me mudei para Bauru, aonde leciono, ao qual tenho
grande desgosto de trabalhar em uma escola extremamente racista, ao qual o
racismo começa da direção escolar, da supervisão até chegar na diretoria de
ensino de Bauru.
O racismo na
educação é muito persistente por que a um certo corporativismo na educação,
aonde as denuncias de racismo são minimizadas e jogadas para baixo do tapete,
para que não aja uma investigação e principalmente punição aos agressores.
Por dar aula em
uma escola tradicional, em um prédio antigo, onde a diretora está praticamente
30 anos no cargo, os abusos dela com os alunos e com a administração da escola são
negligenciados pela diretoria de ensino, aceitando os mandos e desmandos, que
muitas vezes culminam em irregularidades graves. Muitos denunciados por
professores e ex-servidores.
Como trabalhava
em uma grande cidade, e a diversidade de alunos negros e brancos, asiáticos, indígenas
era muito grande, era mais difícil conseguir detectar o racismo, mas ao me mudar
para o interior, o racismo é muito latente, quase tangível, há vários estudos
dizendo que um aluno negro e um branco, que cometem a mesma transgressão, o
negro vai ser punido mais severamente do que o branco, e que as oportunidades
de um garoto branco em comparação a um garoto negro são gritantes.
Quando me mudei
para essa escola, já fui informado pelos próprios alunos que a diretora era
racista, mas como era novo, não dei muita atenção nisso, mas com o passar dos
tempos e observar como ela tratava os alunos negros e brancos de formas
totalmente diversas, e pude constatar que ela ofendia os alunos negros
chamando-os de saci, urubus, corvos, etc. e que as moças negras que tinha
cabelos cacheados, ela mandava alisar os cabelos e prende-los por que
transmitia piolhos para os outros alunos.
Fiquei inconformado
com a situação e dei queixa na ouvidoria e após enviei uma reclamação para a
diretoria de ensino aos cuidados da dirigente, e a resposta que recebo, como
não fui eu o insultado, não poderiam fazer nada, que era de cunho pessoal. Eu
como professor, denuncio um crime acontecendo dentro da escola para os órgãos responsáveis,
e eles minimizam a denuncia, dizendo que quem deve denunciar seriam os alunos,
acontece que os alunos temem exatamente por isso, se eu como professor
denuncio, não acontece nada, imagine alunos adolescentes que são insultados e
humilhados vão poder fazer algo, conversei com eles e temem por que sabem que
vivem em uma cidade racista, ao qual as pessoas negras são negligenciadas e
dificilmente ouvidas.
O meu maior
descontentamento, é que a supervisão escolar e a dirigente não fizeram nem uma
investigação para averiguar a realidade, se estava realmente acontecendo isso
dentro da escola, mas simplesmente ignoraram e o clima fica insuportável.
Há vários relatos
de alunos brancos que fazem o horror dentro da escola, como ofender
professores, funcionários, danificar a escola, não obedecem as regras
escolares, vendem drogas, e a direção conversar com eles e por serem brancos
não fazem nem relatório, e se um garoto negro faz metade do que um garoto
branco faz, chama os pais e a polícia, e ele já é convidado para mudar de
escola.
Estou fazendo
esse relato para que percebam que o racismo dentro da escola ainda acontece, e
os infratores saem impunes por um corporativismo na educação, principalmente
nos maiores cargos. A escola é o reflexo da sociedade, enquanto houver racismo
dentro da escola, continuara havendo fora, a escola deveria ser o local em que
os alunos aprendessem a viver com as diferenças, mas como isso vai acontecer se
as pessoas que estão no comando demonstram ser extremamente racistas.
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