O funk do século XXI se tornou reflexo de uma sociedade conservadora e machista.



Não podemos negar que o funk é um reflexo da nossa cultura, a história do funk foi cheia de preconceitos e lutas, mas no início o funk era uma forma de expressão e revolta contra o que era apresentado para as pessoas, principalmente os mais pobres e da periferia, ao qual as músicas apresentadas pelas grandes mídias não representavam a realidade da zona periférica das grandes cidades.
Mas quando o funk começou a crescer nas comunidades e se tornou uma mercadoria, que daria valor para uma parte da periferia, com festas, shows, etc. Dessa forma acabou-se criando uma gama enorme de um mercado inexplorado, principalmente pelas grandes mídias. No início do século XXI o Funk mudou de uma forma mais melodiosa e romântica para o funk ostentação, aonde o importante era o valor material, ostentando ouro, joias, carros, festas, casarões, etc. ao qual todos da periferia desejam, mas a realidade da sociedade os afasta e se torna apenas uma ilusão, um sonho distante e inalcançável.
De uns anos para cá, o funk se tornou algo que vai contra todos os valores e conquistas do século XIX e XX, da sociedade e principalmente das mulheres. O funk se tornou porta voz de uma parte da sociedade extremamente conservadora e machista, ao qual as mulheres devem ser apenas submissas e ser responsável para o prazer dos homens.
Ao estudar várias letras de músicas do funk, inclusive de mulheres do funk, podemos perceber que as letras não valorizam as mulheres, mas a transformam em objetos que devem ser usados e descartados. Há grupos de mulheres que cantam “MBA não, doutorado chão”, onde expressa que o importante é a diversão.
Há várias discussões sobre o funk, e a grupos que defendem o funk como expressão cultural, ao qual concordo, mas é uma expressão cultural ao qual se tornou uma agressão aos direitos das mulheres e sua valorização como cidadãs. Estamos educando os nossos jovens homens, principalmente da periferia que mulher não passam de objetos e propriedades que podem e devem ser descartadas.
Devemos compreender também que o funk abriu um novo mercado de trabalho para a periferia, que tem que se virar para sobreviver, por falta de acesso aos meios culturais e sociais que a classe média e alta tem acesso. A área de entretenimento é um dos mercados que mais gera renda nas periferias, principalmente a ilegal ou de certa forma “imoral”.
Quando vários estudiosos discursam sobre como a população brasileira ser conservadora, está discutindo exatamente aos grupos mais pobres que são facilmente manipuláveis pela elite. Somos educados a pensar e agir de forma orgânica, com roteiros basicamente ditos pela elite, ao qual não devemos discordar, e devemos sempre aceitar.

Comentários

  1. Minha juventude foi ouvido funk ano 90 funk melodi romántico crítica social. Hoje sinto vergonha aonde foi parar reflexo da má educação moral e social

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  2. sou do tempo das plebes rudes da vida de jony vi a guerra e delinquentes,u2 e or ai vai,se gosto nao se discuti pqpq que me perdoem os profissionais da area,mais comparar talking heard com mc catra e sacanagem.

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