O futuro da educação?

Estamos em uma época de transição, aonde se é discutida as mudanças na educação, principalmente a educação no ensino médio, será que as mudanças terão algum resultado futuro? Será que essa nova educação do ensino médio é para todos ou apenas para um grupo privilegiado? O que acontecera com quem não se adaptar a esse novo modelo?

Na constituição brasileira e no estatuto da criança e do adolescente diz que a educação é para todos, mas como a educação deve ser ministrada não é tratado, pois a visão que o Estado brasileiro prega é que a educação é para educar as pessoas a viverem em sociedade, a escola não prepara para o mercado de trabalho e nem para a faculdade. Só que a sociedade esta exigindo que a educação se torne mais próxima as exigências do mercado de trabalho e a universidade, deixando de lado o papel social como cidadão.

O que podemos esperar para o futuro, a educação do novo ensino médio será uma transição ao qual a educação formal estará mais pautada as exigências do mercado de trabalho, criando novas formas de exploração do trabalho humano. Em uma sociedade consumista como a nossa, ao qual necessitamos de capital para tudo se quisermos sobreviver em sociedade. Em um futuro próximo, o ensino médio noturno deixará de existir, e se tornara educação em formato EAD (Ensino a distância), ao qual o jovem que necessita trabalhar vai ter que estudar em casa os conteúdos e tirar as duvidas com professores tutores. Se for analisar, a ideia do formato EAD não é tão ruim para os bons alunos que são disciplinados, mas e a grande maioria que tem dificuldades de aprendizado?

O formato EAD já provou ser bastante promissor para bons alunos que realmente desejam aprender, mas cria-se um grande vazio em alunos com pouco conhecimento e dificuldade de aprendizado, que na realidade é a maioria dos alunos, que são alunos com baixa renda familiar e principalmente de problemas sociais severos.

O novo ensino médio será uma mistura de formato de educação tradicional com formato EAD, ao qual o aluno terá um certo período dentro da escola e outro período fara aulas a distância. As escolas em tempo integral já são uma realidade em vários municípios, mas com poucas escolas, pois existe um grande problema, elas são escolas para pequenas quantidades de alunos, uma escola em formato tradicional tem na média entre 900 a 1300 alunos nos três períodos, enquanto que uma escola em tempo integral tem na média uns 280 alunos. Como o estado colocaria em uma região com 100 escolas com 100 mil alunos, transformando metade delas em ETI(escola em tempo integral)? As cinquenta escolas comportariam apenas 14 mil alunos! O que aconteceria com os outros 86 mil alunos em 50 escolas?

O custo de uma escola ETI é o dobro de uma escola tradicional com um terço de alunos. Não sou contra as escolas em tempo integral, mas é uma escola que privilegia apenas um pequeno grupo, e normalmente o grupo mais privilegiado da sociedade com condições financeira e sociais de manter uma criança na escola sem problemas. Enquanto que a maioria se tornara um párea para a sociedade com péssimas condições educacionais.

Enquanto que um grupo vai ter um ensino de qualidade e de cobranças, ao quais os professores e alunos tem que cumprir metas senão saem do projeto, e os alunos e professores que não se adequarem a esse novo perfil terá que sair e ir para uma escola tradicional. O que normalmente acontece com os alunos que não conseguem acompanhar a educação em ETI acabam saindo, e os professores que também não conseguem trabalhar nesse novo projeto acabam saindo. Então as ETI é uma escola excludente.

O futuro da educação está em transformação, por que a humanidade como conhecemos está em transformação, as maquinas estão se modernizando, e diminuindo o número de pessoas no mercado de trabalho, futuramente, apenas os mais capacitados estarão empregados, os mais aptos a se adequarem as mudanças que estão por vir, e infelizmente em uma sociedade excludente, os grupos que não se adequarem passarão por grades privações.

Muitos humanistas dizem que não tem problema das maquinas tomarem os empregos dos serem humanos que trabalham com trabalho repetitivos, de humanos que fazem o trabalho de maquinas, que os humanos devem fazer outro tipo de trabalho, um trabalho ao qual as maquinas não podem fazer. Mas infelizmente esse pensamento se bate em uma parede de realidade, ao qual apenas um pequeno grupo que terá condições de exercer esse tipo de trabalho. Um professor hoje que leciona aulas para uns 900 alunos, em um futuro próximo, o mesmo professor será tutor de uns 30 mil alunos em formato EAD.

Não podemos lutar com as mudanças que estão por vir, mas temos que nos adaptar as mudanças, e temos que exigir que essas mudanças na educação não torne o ser humano excluído. É responsabilidade de todos nos cuidarmos de todos, sem exceção!