O POBRE NÃO GOSTA DE SE CONSIDERAR POBRE!
A
riqueza e a pobreza não vêm da quantidade de dinheiro que possui, mas sim se
você ganha dinheiro através da sua força de trabalho ou da exploração da força
de trabalho. “Prof.
Cesar A Santos”
Uns dos grandes problemas da sociedade atual, é que as pessoas não mais
querem se reconhecer como pobres, como se isso fosse algo ofensivo, a mídia
criou o senso comum de que somos culpados de sermos pobres, e a exploração que
sofremos socialmente não existisse.
Estatisticamente, no Brasil, apenas 5%
da população é considerada rica, o restante tem que vender a sua força de
trabalho para sobrevivermos, é claro que existem trabalhadores muito bem
remunerados perante a grande maioria de profissionais maus remunerados, mas
ainda assim são pessoas pobres que tem que vender a sua força de trabalho para
sobreviver.
O que temos que entender que vivemos em uma
sociedade complexa, ao qual dependemos de dinheiro para sobreviver, pois não
produzimos os nossos meios de sobrevivência, temos que pagar por tudo,
alimentação, agua, luz, energia, serviços, moradia, etc.
A mídia controlada por esse pequeno grupo de
pessoas ricas, criaram a ideia de que tudo é de responsabilidade nossa, que
temos que estudar, trabalhar e produzir a nossa própria riqueza, e se você não
for capaz disso, é por que você é incompetente, você é pobre não porque não
teve oportunidades, mas porque não teve competência. Os ricos querem que as
pessoas pensem que nem eles, que os valores deles são os certos, que toda a
ideias contrarias são erradas.
Demorou séculos para que o trabalhador
conseguisse os seus direitos fossem respeitados, que o Estado fosse o regulador
entre o trabalhador e o empresário. Mas os ricos não gostam que o Estado gaste tanto
dinheiro com os pobres, com direitos sociais e civis como educação, saúde,
moradia, transporte, previdência, etc. por que para eles, deveria ser de total
responsabilidade do trabalhador, se ele não tem condições de pagar por isso,
ele não deveria ter.
Infelizmente o trabalhador não consegue
enxergar que ele é o elo mais fraco da estrutura capitalista, que ele é
obrigado a estudar, se profissionalizar e trabalhar, mas toda a decisão está
nas mãos do empregador, pois é ele quem vai escolher o seu trabalho, seu
horário, seus benefícios, e etc; enquanto que você como trabalhador que vende a
sua força de trabalho, somente tem o direito de dizer se aceita ou não, e por
falta de escolha somos obrigados a aceitar. Pois o empregador se apropriou do
trabalho do trabalhador, se aproprio do meio de vida do trabalhador, criando
essa visão capitalista de consumo exagerado, pois precisamos sempre estar
consumindo os produtos do empregador, para dar mais lucro aos grandes
capitalistas.
Há várias ideias dos
ricos de flexibilização das leis trabalhistas aqui no Brasil, mas já se
perguntou o que seria essa flexibilização? Essa flexibilização nada mais do que
tentar tirar os direitos trabalhistas conquistados com muito esforço nos
últimos séculos, pois os ricos acham que o trabalhador custa muito caro, que
ele já tem benefícios demais bancados pelo estado, e que os empresários querem
lucrar cada vez mais com a exploração do trabalhador, diminuindo cada vez mais
o quanto eles devem pagar pelos seus funcionários. Como disse no começo do
texto, o pobre por não se aceitar como pobre, vai acabar aceitando essas
mudanças por simples ignorância, acreditando no que a mídia impôs.
O empresário vai
argumentar que manter um funcionário é muito caro no Brasil, que ele tem que
pagar vários impostos e encargos trabalhistas, e acaba se tornando inconcebível
contratar mais trabalhadores. Isso é uma grande balela, uma grande de uma
mentira, pois é exatamente o trabalho do trabalhador que produz o lucro do
empresário, pois sem o trabalhador ele não teria como lucrar. Karl Marx
argumentava sobre a mais valia e de como o trabalhador era explorado pelo
capitalista, mas graças a luta dos trabalhadores nesses últimos duzentos anos,
acabou forçando o Estado a criar leis que protegessem o trabalhador, mas isso
pode estar com os seus dias contados se a sociedade pobre deixar de ser
considerar pobre e explorada.
Ainda somos explorados, só
que com os direitos sociais e civis conquistados a muito custo, o trabalhador
não está mais se considerando pobre, e criando a visão de classes sociais, que
não deixa de ser uma criação dos ricos, somente para falarem que a desigualdades
sociais estão diminuindo. Temos que continuar lutando por direitos trabalhistas
e não pela diminuição deles, temos que criar formas que em uma sociedade
capitalista como a nossa, a exploração possa existir, porem com a qualidade de
vida das pessoas com direitos civis e sociais, e não somente da exploração do
próximo, enquanto uma minoria lucra, a grande maioria passa grandes
dificuldades de sobrevivência.
valeu Cesaum, de fato temos q lutar pela manutenção dos direitos conquistados, dizer um não para a flexibilização disfarçada que tolhe conquistas da classe trabalhadora (assistir o filme ou ler o livro Germinal de Zola) nos dá uma dimensão de como sofria a classe operária antes das leis trabalhistas, porém hoje em dia carteira de trabalho com registros longos é algo cada vez mais raro, e assim para os empregadores é cômodo e tem uma vasta lista de pessoas interessadas e necessitadas para aquela vaguinha, e não vejo solução a médio prazo para resolver o problema do desemprego em nosso país e que já assola a Europa há vários anos.
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