A descrição de Ercília

            Por ser social a única espécie viva da natureza a criar cultura, o homem se tornou ao longo do tempo um ser sociável, interativo e racional, criando conhecimentos com o objetivo de transformar a natureza de acordo com as suas necessidades. Assim, o homem começou a interagir com o outro formando grupos e tribos em torno de uma coletividade para enfrentar as dificuldades imposta pela natureza, além de estabeleceram regras sociais hierarquizadas para manter a ordem social estabelecida, e que no decorrer do tempo transformaram-se numa espécie de “jurisprudência legal” a ser seguida, respeitada e aceita por todos.

            Sabe-se que os indivíduos se estabeleceram em torno dessas normas e regras, e se dividiram em grupos sociais diversos com modos de vidas fragmentados, o que possibilitou à construção de uma ação social que deu origem a diversidade cultural, a política, a religião e, principalmente, o surgimento da família e propriedade privada.

            Deste modo, no decorrer da história, esses valores se constituíram em entidades funcionais como um organismo vivo composto por vários órgãos interligados um com outro, determinando o comportamento dos indivíduos. Leis, normas e regaras foram construídas, suprida pelos grupos e repassadas às futuras gerações como “valores estabelecidos” para conduzir e garantir o funcionamento da sociedade.

            Os laços comunais construído pelo homem no decorrer dos tempos se enraizaram no seu ego, e mesmo os grandes conflitos (guerras) que deterioram o homem como um ser comunal ao longo do tempo, pois com o surgimento da propriedade privada trouxe grandes conflitos que exterminaram etnias, religiões, idiomas, etc, não foram capazes de extinguir os valores construídos pelos homens como forma de orientar a sua vida; e a vida do coletivo, como forma de organizar a estrutura máxima dos grupos sociais, o que chamamos hoje de sociedade. 

            É notório que esses “valores estabelecidos” pelas primeiras sociedades ainda servem como parâmetro social e jurídico para conduzir a sociedade, pois não são estáticos e muda de acordo coma as necessidades dos homens, sendo reestruturado e renovando a partir de modificações imposta pela natureza e pelo próprio homem no intuito de organizar a sociedade e se adequar a uma nova realidade.

            Afinal, os fatos históricos mostram que quando o homem é submetido a abandonar o meio ambiente em que lhe deu origem, e passam a viver em outro espaço, seja através da força ou por necessidade econômica e social.

            Os valores e os costumes criados pelos homens são trazidos com eles, mesmo que sejam forçados por forças contrárias a abandonarem suas origens.

            Em suma, a sociedade é composta de normas regras como forma de organizar os homens em torno de um bem-comum social. Os valores e os costumes internalizados nos indivíduos em maior ou menor grau vão se inovando por motivos da própria natureza dos homens, e enfrentar as suas em as vulnerabilidades (catástrofes, guerras, fomes, etc.) que vão contra si, e como mecanismo de construção de novos laços que intercalados com os anteriores, vão construir novas para facilitar a vida do homem na sociedade.