Educação no Brasil: onde está o erro?

  O debate em torno da má qualidade do ensino público do nosso País norteia o dia-a-dia do noticiário nacional. Professores mal remunerados e sem ter a capacidade de reger os seus alunos sobre tal objetivo, enquanto os mesmos se encontram desconectados com o conhecimento e mais perto da marginalidade, norteiam o dia-a-dia do noticiário dos meios de comunicação de massa nacional. Sociólogos, historiadores, políticos e até professores discutem caminhos solucionáveis para o rumo contrario a que a educação brasileira vem se submetendo nos últimos tempos. Que caminho é esse? Não sabemos. Estamos regredindo para o passado? Talvez não. Talvez, a educação dos velhos tempos, da época dos nossos pais, fosse um caminho que pelo menos pregava a essência da ética, do respeito ao próximo e da própria sociedade como to todo. É notário que a história dos nossos antepassados seja repleta de questionamentos e curiosidades voltados para o senso comum em virtude de a educação ser um produto da elite brasileira, e sabemos que até hoje continua assim.
O mau desempenho da educação brasileira não vem de agora e, sim, desde que o Brasil se fez Brasil - um País desigual que exportou milhares de negros para trabalhar nos canaviais de café e açúcar dos grandes latifundiários da época, e que jamais tiveram acesso à educação no País. Depois de conseguirem a sua libertação por pressão do capitalismo europeu, negros, índios e até brancos pobres foram jogados a “céu aberto” para a marginalidade. Sem terra, sem educação e outorgado por estudiosos da época como uma raça inferior e não ábita ao evolucionismo humano, foram o destino que tiveram o pobre trabalhador na história do Brasil.
Não há como discutir a educação brasileira sem voltar atrás na história do Brasil. Através do método histórico perceberemos que existem contradição e discrepância na problemática educacional atual que cerca setores da sociedade civil e da própria sociedade política. Se usarmos a consciência e o máximo de neutralidade possível na pesquisa científica, perceberemos que a falência da educação no País não está submersa apenas ao ensino público, mas também ao privado. Um exemplo dessa magnitude são os crimes e mortes ocorridas nos arredores das universidades públicas como aconteceu com um aluno da classe média de São Paulo que foi assassinado no campo da USP. Como vimos, a violência, a péssima qualidade do ensino público, seja ele de ensino fundamental, médio ou superior abrangem escolas públicas e privadas de todo o País. Será que a culpa para essa anomia social está apenas voltado para alunos apáticos e professores mal remunerados? Será que os demagogos tem razão de que aumentar o salários dos professores e estimular alunos apáticos na roda giratória do conhecimento resolveria o problema da educação no País? Parece que o centro das discussões educacionais denota uma única sentença de que existem uns que não querem ensinar porque não ganham o suficiente para o seu sustento; e outros que não querem aprender porque existe uma política governamental que os aprova sem saber os conceitos básicos. Talvez um estudo mais aprofundado nos dê uma noção mais exata  para a falência da instituição escola, principalmente a pública recheada de indivíduos que vivem a margem da exclusão social.
Deve-se levar em conta que a classe política do País, desde os primórdios do Brasil Colônia até o Brasil República jamais deram ênfase para uma educação universal, porque formar cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres é formar um ciclo ideológico para a sua própria falência, no ponto de vista da histórica elite brasileira. Dessa forma, “parabéns” para os políticos e seus secretariados que colocam no mercado de trabalho indivíduos inaptos a questionar os problemas sociais em virtude de uma educação excludente que formam apenas analfabetos para o mundo do crime; e para um Estado que por via do setor privado e público formam profissionais que nem imaginam o que seria a teoria da relatividade e que e=mc2, e que são remunerados por um salário que muita das vezes não dar para investir no seu próprio desenvolvimento intelectual. O que vemos nos meios de comunicação é uma loquacidade feitas por políticos e setores do sistema educacional que é ineficaz par a clareza dos fatos que denigrem a educação do nosso País. Isso acontece porque não só o Brasil, que passa por um processo de desenvolvimento econômico a partir do governo FHC, mas também em países desenvolvidos da Europa e até mesmo os Estados Unidos, vem passando por uma crise de déficit fiscal, cujas políticas do Bem-estar social não conseguem frear as mazelas sociais em detrimento do orçamento escasso, configurando assim desemprego, falta de investimentos em serviços básicos como, por exemplo, saúde, educação e emprego as suas populações.
A falta de investimento em infraestrutura e a falta de crédito para o empreendedor deixa a economia estática sem gerar renda e emprego. Assim cresce o aumento da criminalidade e da exclusão social levando os indivíduos a uma apatia psicológica sem esperança de um mundo melhor. O isolamento econômico e dos serviços básicos como o acesso a alimentação; e até mesmo do mercado consumidor contribui para a inexistência de interação social global entre toda a sociedade, cujo resultado é a inclusão de crianças e jovens na obscuridade do mundo ilusório da criminalidade em que a educação não tem voz ativa.
É importante lembrar que o Estado é omisso a essa questão. O problema da educação no Brasil está direcionado a várias vertentes. Uma delas é que não existe uma ponte entre a pesquisa científica com as classes mais carentes do País. Devemos levar em consideração que existem investimentos considerados razoavelmente eficazes para o desenvolvimento do País, mas infelizmente o capital investido não chega à sociedade como o todo, apenas contribui para formar uma classe média iminente financiada pela própria população. Onde estão os doutores formados pela USP, pela UNICAMP e pela Universidade de Brasília, por exemplo? Todos esses profissionais estão inseridos na roda giratória do capitalismo prestando serviços para as instituições privadas, e nos seus belos consultórios espalhados pelos bairros mais nobres do País. Pago com o nosso imposto, esses profissionais se voltam apenas para a acumulação de capitais, desconhecem a realidade da periferia e voltam as suas origens quando depara com alunos despreparados nos centros universitários privados que se multiplicam a todo vapor pelo Pais visando através de um ensino de baixa qualidade atender essa clientela desesperada e desqualificada profissionalmente tentando fugir da exclusão social em que passam. Esses indivíduos é o agente financiador do corpo docente e da universidade pública, mas também passam a ser os financiadores de uma educação privada a serviço do corporativismo educacional interno e externo. A educação passou nos dias de hoje a ser uma espécie de anestésico que nubla a verdade sobre os fatos que regem a sociedade como o todo.
Dessa forma, entendemos que não adianta apenas aumentar o salário do professor e inserir livros didáticos nas escolas sem antes dá a oportunidade para o que o receptor da informação - os alunos possam enfim ser tratados como seres humanos.
O aluno não pode vê na escola um centro para sastifazer as suas necessidades básicas (lazer, praça de alimentação e encontro casual). As instituições sociais como a escola e as universidades devem ser exigentes e fazer com que o conhecimento deva ser um privilégio para o individuo e para o desenvolvimento da sociedade. No âmbito econômico, os indivíduos devem competir na mesma igualdade; bons alunos devem ser incentivados; e professores bem pagos, sem se comprometer com várias instituições ensino, tornando-as uma espécie de mercadoria de valor.
A didática pedagógica deve ser criativa, enérgica e dinâmica de modo a inserir no jovem uma esperança de um mundo melhor para si. Isto é uma grande verdade e infelizmente a escola não ensina, por quê? Porque houve uma liquefação social onde a mesma passou a ser uma fonte alimentadora de interesse da classe dominante e de vários setores da economia de mercado.
O resultado da pesquisa deve chegar aos mais necessitados, e profissionais que são financiados com o dinheiro do povo devem está a serviço não só das elites, que de certa forma com o desenvolvimento econômico do país, mas também tem que está a serviço dos mais necessitados que contribuem com o seu trabalho e com o seu imposto para o bem-estar social da sociedade.
A arte de aprender e ensinar é um paramentos que devem ser exercido por toda sociedade por através de uma equação que leve em conta a relação: aluno escola conhecimento desenvolvimento.
O professor é o pastor resignado a orientar o seu rebanho em torno dessa equação. Já tivemos os primeiros resultados a partir do momento em que alguns indivíduos tomaram consciência do seu dever perante a sociedade. Um exemplo disso é o imérito professor Tiago Menta que, mesmo se formado por uma instituição privada de Minas Gerais vem contribuindo imensamente para o desenvolvimento da nação disponibilizando aulas gratuitas por meio da internet, onde vários alunos de norte a sul do País tem acesso aos conteúdos de história, sociologia, dentre tantas outras áreas do conhecimento numa linguagem simples e fácil de entender
Enquanto os “doutores” do conhecimento, especialistas em “Y”, “S” “ou Z”, se escondem nas asas dos empreendimentos educacionais capitalistas, muita das vezes trajados de "Che Guevara e de revolucionários marxistas”, engordando apenas suas contas bancárias sem intuito algum com os mais oprimidos; há profissionais no nosso Brasil que ainda lutam por uma sociedade alternativa e que usam a educação como princípio do desenvolvimento humano.
Os jovens e professores precisam compreender que tem potencial para serem grandes profissionais à medida que o cinismo, o individualismo e o apego a bens e capitais estiverem longe da problemática educacional.
O mundo precisa compreender que o individuo só faz a diferença á medida que a consciência prevalecer sobre o ego de cada um de nós.


Autor: Professor Eduardo Oliveira

Comentários

  1. Obrigado pelos elogios ao meu trabalho. Deus lhe abençoe. Abraços, prof. Tiago Menta - Belo Horizonte/MG.

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